sexta-feira, janeiro 19, 2007

corrosão

as pálpebras se abrem,
e os olhos visualizam estarrecidos
a dissolução milesimal das coisas.

o tempo é corrosivo,
e faz tudo se dissolver
ante nossas retinas impotentes.

em vão buscamos reter o mundo,
gravar coisas e pessoas com nosso carimbo de posse,
em vão acumulamos o dissolúvel.

o tempo é corrosivo,
mas o amor tem braços fortes.

t..e..m..p..o....c..o..r..r..o..s..i..v..o
amor forte.

t...e...m...p...o.....c...o...r...r...o...s...í...v...e...l
amor forte.

amor.

* * * *

5 comentários:

Felipe Fanuel disse...

Alysson,
Seus versos constituem uma verdadeira apologia ao amor! O problema é que a gente precisa até usar colírio nos olhos — ou óculos escuros, como cantou o R. Seixas —, porque as vistas estão corrosivas pelo tempo. Há um pouco do pessimismo romântico quando você constata o fatalismo no termo "em vão", mas o amor parece ser o elemento que supera esta corrosão da vida. Acho que ouvi ecos de ICo 13.
Fique na paz.

Alysson Amorim disse...

Grande Felipe.
Sim, acho que 1Co 13, ainda que inconscientemente, faz-se presente nestes versos desajustados.
Deus o abençõe!

Mariangela disse...

Uaaau.. Lindo, sobrinho! lindo xD

Clap, clap, clap

Alysson Amorim disse...

Aeeee tia! Obrigado pela visita...
=)

Anônimo disse...

E ai Alysson, fiquei feliz com sua visita no blog e também linkei você.
Vamos trocar idéias sim, pois é com isto que crescemos em entendimento...
Abraço,